Interdisciplinaridade e transdiciplinaridade (III): Paixão, emoção e psicanálise
Conforme discutíamos anteriormente acerca das emoções no discurso sob um enfoque psicanalítico e suas implicações nos estudos interdisciplinares, agora começamos, de modo mais específico, a pensar na teorização freudiana sobre a emoção. para Freud, a emoção permanece na consciência e é despertada por fatores da ordem da superfície do aparelho psíquico. Para o pai da Psicanálise, lidar apenas com lembranças e ideias é permanecer na superfície e somente o afeto tem valor na vida mental. Assim, a emoção só o é de fato quando o sujeito está cônscio dela, ou seja, ela é reconhecida pela consciência. Não existe uma emoção inconsciente, e, se um impulso emocional é sentido de forma inadequada, uma repressão (o recalque) recai sobre a ideia e a separa do afeto. É oportuno esclarecer que, em Psicanálise, o afeto não é recalcado, mas sim sua representação. O que é recalcado são os significantes que se enlaçam ao afeto. De todo modo, existe uma racionalidade das paixões, que aparece de m...