FAMÍLIA, PSICANÁLISE E SOCIEDADE (Parte I)
A década de 1960 viu surgir um movimento antifamiliar, marcado pela busca de relações sem repressão, uma tentativa de ruptura com a família nuclear burguesa preconizada como a família ideal. Este movimento pode ser visto como um período de inquietação crônica no grupo familiar. Se por um lado os anos 1960 presenciaram a contestação da família, por outro o tempo presente levanta-se como salvaguarda da tradição familiar, criando teorias, métodos e programas de estruturação e reestruturação deste grupo. A família, de Thomas Faed Da família medieval à família moderna, percebem-se diferenças alarmantes. Na idade média a criança desde muito cedo escapa à sua própria família. Nessa época, portanto, a família não podia alimentar um sentimento de afetividade positiva entre os pais e filhos. Não que não houvesse amor entre pais e filhos, mas antes, como destaca o historiador Phillipe Ariès, “a família era uma sociedade moral e social, mais do que sentimental”. O século XV, por sua vez,...